Quando certa manhã Gregor Samsa despertou de sonhos intranquilos, viu-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso.
Mas ele não foi o único.
Pouco depois de o caixeiro-viajante viver sua tragédia pessoal e familiar, outras transformações começaram a ocorrer.
Logo as metamorfoses tornaram-se incontroláveis. Expulsos, abandonados, fugitivos, os insetos ganharam as ruas e começaram a acasalar entre si, botando ovos por toda parte. Não demorou para criarem uma prole tão numerosa quanto incontável.
Está claro que, passada a reação inicial de terror e melancolia das famílias, que aliás seguiu quase passo a passo as reações da família Samsa, os humanos entenderam o que se passava e procuraram matar todos os insetos que podiam. No começo pareceu uma brincadeira divertida, mas logo os métodos de se tornaram exercícios de extermínio também em si monstruosos.
Era tarde. Os homens não demoraram a reconhecer seu fracasso e, um a um, foram devorados. Até o último.