A subordinação dos brasileiros a estrangeirismos é tamanha que foi preciso uma menina morta para que o principal canal de televisão do país deixasse de lado a expressão “jet ski”.
É triste. A incorporação de palavras forasteiras é um dos mecanismos para o desenvolvimento da língua, mas a riqueza do idioma permite que tais expressões sejam traduzidas ou aportuguesadas aumentando-lhe assim o léxico. O problema é que traduzir é pensar e pensar exige conhecimento.
No tempo em que vivi no estrangeiro passei por situações esquisitas, pra não dizer vexatórias no que diz respeito a esse conhecimento. Por exemplo, vi colegas sofrendo para entender a palavra inglesa “bankruptcy” simplesmente porque desconheciam a similar expressão portuguesa “bancarrota”. Uma vez, eu mesmo me vi obrigado a calar diante da (minha, nossa) falta de tradução para a palavra “brainstorming”.
É triste. A incorporação de palavras forasteiras é um dos mecanismos para o desenvolvimento da língua, mas a riqueza do idioma permite que tais expressões sejam traduzidas ou aportuguesadas aumentando-lhe assim o léxico. O problema é que traduzir é pensar e pensar exige conhecimento.
No tempo em que vivi no estrangeiro passei por situações esquisitas, pra não dizer vexatórias no que diz respeito a esse conhecimento. Por exemplo, vi colegas sofrendo para entender a palavra inglesa “bankruptcy” simplesmente porque desconheciam a similar expressão portuguesa “bancarrota”. Uma vez, eu mesmo me vi obrigado a calar diante da (minha, nossa) falta de tradução para a palavra “brainstorming”.
Toda língua tem suas expressões próprias e palavras “intraduzíveis”. A inglesa “cool” é uma delas. A citação batida da portuguesa “saudade”, outra. Evidentemente isso não quer dizer que não possamos ou eles, os outros, não possam aproximar-se do real significado das palavras originais. O que me pergunto é por que utilizar expressões de outros idiomas quando temos correspondência exata no nosso.
Uma vez um espanhol, ao me explicar que seus compatriotas traduzem tudo ou quase tudo, disse que os “hot dogs” em seu país são chamados “perros calientes”. Exato: cachorros-quentes, como nós também já fizemos e como ainda é dito no interior e em certos rincões, mas claro está: “hot dog” é melhor.
O que acontece na Espanha também ocorre na Inglaterra, na França e em qualquer lugar onde a língua é respeitada e defendida. Quando há correspondência, traduzem-se nomes próprios, inclusive. O raciocino é simples: dizemos porque é nosso e, se nós não dissermos alguém dirá por nós. Pode-se argumentar que isso é típico de países colonizadores ao passo que nós, com nossa história colonizada, somos mais propensos a absorver os estrangeirismos. É uma explicação, mas não serve para justificar nossa pobreza mental que, no extremo, converte-se em mau gosto e cafonice. Observem as expressões utilizadas em reuniões executivas ou propagandeadas pelo mercado imobiliário, para citar dois casos apenas.
Não sou um purista, acho que em língua quem o é tende ao grunhido cavernoso, mas o português está aí e é tão mais belo se bem utilizado. Por que não? Pode parecer que uma coisa nada tem a ver com outra, mas reconheço que talvez eu esteja pedindo muito para um país cuja presidenta submete a agenda aos compromissos do presidente de uma federação privada, como o caso de Dilma e de Joseph Blatter.
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